Política
11/05/2022 12:21

Bento é 13º ministro demitido da gestão Bolsonaro; pasta era último reduto cobiçado por Centrão


Por Lauriberto Pompeu

Brasília, 11/05/2022 - A troca no Ministério de Minas e Energia abre espaço para que o presidente Jair Bolsonaro atenda a pedidos de políticos do Centrão para lotear a área técnica da pasta. O PL, partido de Bolsonaro, o Progressistas e uma ala do MDB trabalharam pela troca do ministro Bento Albuquerque em relação à blindagem que ele fez numa área que controlavam desde o governo do PT.

Em abril de 2020, Bolsonaro se assumiu como membro do Centrão e recentemente entrou no PL, um dos principais partidos do grupo fisiológico. Desde então, esses partidos voltaram a ocupar espaços no governo federal. Minas e Energia, contudo, era a pasta onde havia maior resistência por parte do ministro. Nesta quarta, 15, Bolsonaro colocou Adolfo Saschsida no comando do ministério.

Antes de Bento, outros ministros já caíram por resistir ao loteamento. O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub disse em entrevista que não cedeu à pressão de Bolsonaro para entregar o FNDE (onde está todo dinheiro da área) para o Centrão e aponta esse entre os motivos que o levaram à demissão.

Agora, Bento disse a um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) “peremptoriamente que não assinaria” a fatura do "Centrãoduto". Como revelou o Estadão, o Centrão opera no Congresso para aprovar um aporte de R$ 100 bilhões oriundo do pré-sal para bancar a construção de gasodutos que beneficiam negócio do empresário Carlos Suarez e seus sócios, os únicos que detém autorização para distribuir gás encanado em oito Estados do País.

A resistência é um dos motivos que levou à queda do ministro hoje, além do embate com a política de preços da Petrobras. A resistência em atender ao grupo político do presidente Jair Bolsonaro já levou à queda também do general Silva e Luna da presidência da Petrobras. Na época, o presidente tentou emplacar nomes do Centrão na diretoria da empresa, o que foi rejeitado pelo general.

A queda do ministro pegou de surpresa os militares. Bento é o único representante da Marinha em cargo de ministro. Bolsonaro se cercou em maioria de generais do Exército. Os generais Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos, por exemplo, são do Exército. Ele é o 13º ministro a deixar o governo.
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