Agronegócios
28/06/2016 10:35

RTI retira risco 'significativo' de reajustes acima da inflação ao citar mercado de trabalho


Brasília, 28/06/2016 - O Banco Central (BC) retirou do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho a percepção de que há um risco "significativo" de os reajustes salariais serem incompatíveis com o aumento da produtividade, gerando repercussões negativas sobre a inflação. Agora, de acordo com o colegiado, permanece a análise de que a margem de ociosidade no mercado de trabalho encontra-se elevada, com dados confirmando a intensificação da distensão esperada nesse mercado.

"O Comitê pondera que ainda prevalece risco relacionado à possibilidade de concessão de reajustes de salários nominais incompatíveis com o crescimento da produtividade e com a meta de inflação", escreveram os diretores.

Neste ponto, os diretores registraram que a teoria indica que crescimento de salários reais compatíveis com crescimento da produtividade constitui elemento-chave para a obtenção de um ambiente macroeconômico com estabilidade de preços e, consequentemente, ganhos de renda mais permanentes.

O RTI também suprimiu um parágrafo que trazia mais detalhamento sobre a possibilidade de as negociações salariais atribuírem um "peso excessivo" à inflação passada.

Sobre o mercado de crédito, o RTI trouxe poucas mudanças em relação à edição de março e à ata do Copom deste mês. "O Copom destaca que o cenário central contempla moderação do crédito, o que já havia sido observado e tende a persistir", escreveram os diretores.

Mais uma vez o colegiado escreveu que, após anos em forte expansão, o mercado de crédito voltado ao consumo passou por moderação, de modo que, nos últimos trimestres, observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos e, de outro, desalavancagem das famílias. "No agregado, portanto, infere-se que os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados."

Em outra dimensão, a exemplo de ações implementadas, o Comitê considera oportuno continuar reforçando as iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito. Esta avaliação também já constava da ata publicada no último dia 16. (Célia Froufe, Adriana Fernandes e Eduardo Rodrigues- celia.froufe@estadao.com; adriana.fernandes@estadao.com; e eduardor.ferreira@estadao.com)
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