Agronegócios
06/08/2021 09:47

Cooperativas: lar projeta que escassez de milho e preços altos vão perdurar até próxima safrinha


Por Tânia Rabello

São Paulo, 06/08/2021 - A Lar Cooperativa, com sede em Medianeira (PR) e atuação, além do Paraná, também em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, projeta que a escassez de milho para a pecuária brasileira deve prosseguir até a safrinha do ano que vem. "Além da falta de milho, o preço alto do grão vai perdurar também por esse período", disse o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, em podcast divulgado no site da cooperativa.

Ele comentou que, nesta semana, a Lar - que atua no setor de carne de frango - se reuniu com todas as grandes empresas que abatem aves, em encontro coordenado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). E a análise de falta do grão até a colheita de inverno do ano que vem foi consensual. "Só vamos ter outra safra boa de milho daqui a um ano, e isso se conseguirmos plantar a soja no prazo", citou, no podcast. "Então, por esse período vamos viver o cenário de necessidade de importação de milho, de preços altos do grão, de carnes e de proteína animal em geral, além da ração."

Rodrigues disse ainda que a Lar tem importado milho, assim como outros grandes consumidores do grão. "Além da safra que recebemos dos nossos cooperados, estamos trazendo o grão de Mato Grosso do Sul e do Paraguai, que são regiões onde tradicionalmente buscamos nos abastecer, sendo que, no Paraguai, a quebra de safra não foi tão grande." Assim, segundo Rodrigues, a Lar "terá um bom volume" vindo do país do Mercosul. Outras regiões nas quais a cooperativa paranaense tem buscado o grão é em Mato Grosso e na Argentina.

O presidente da Lar disse que, apesar da quebra de safra no Paraná, a instituição ainda está numa situação confortável em relação ao abastecimento. "A Lar recebe em média 40 milhões de sacas (de 60 quilos) por ano de milho e consome 22 milhões de sacas", contou. "Se a quebra aqui no Paraná for próxima de 50%, ou menos, ainda assim teríamos milho suficiente para nossas operações", continuou. Ele assinalou, porém, que como atende outros clientes, tem de ter um excedente de milho. "Já temos contrato fechado para mais 11 milhões de sacas da Argentina e de Mato Grosso", disse. "Assim, mesmo com a quebra, teríamos 'sobrando' 10 milhões de sacas para nossos clientes."

Para reduzir a dependência extrema do milho safrinha, Rodrigues disse que a Lar vai lançar, em breve, uma campanha para que os cooperados também plantem milho verão. "Temos área para isso", garantiu.

Contato: tania.rabello@estadao.com
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