Agronegócios
29/07/2021 08:37

Crédito/Agricultura: apesar de suspensão no BNDES, ainda há recursos para armazéns


Por Leticia Pakulski e Clarice Couto

São Paulo, 29/07/2021 - O diretor de Financiamento e Informação do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, disse que, apesar de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter suspendido novos financiamentos dentro do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), ainda há recursos para financiar armazenagem dentro do Plano Safra 2021/22. "Diferentemente de anos anteriores, em que o BNDES e o BB detinham a exclusividade na equalização de recursos do PCA, no Plano Safra 2021/22 o BNDES detém menos de 25%", disse Vaz à Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT). "Estamos muito distantes da exaustão de recursos para financiamento de armazéns."

Vaz cita que, conforme a Portaria MF Nº 7.867, de 1º de julho último, sobre a equalização para a armazenagem, os recursos estão divididos entre R$ 1,08 bilhão para o Banco do Brasil, R$ 24,1 milhões para o Banrisul, R$ 5,3 milhões para o BRDE, R$ 4,9 milhões para o BDMG e R$ 783,0 milhões para a Caixa Econômica Federal, além do R$ 1,01 bilhão para o BNDES.

No comunicado aos produtores, Vaz afirma ainda que foi autorizado aproximadamente mais R$ 1,2 bilhão a contratações nas condições do PCA, com recursos obrigatórios, "oriundos das exigibilidades dos depósitos à vista, com os quais todos os bancos que operam com crédito rural podem contratar". "Ademais, contratações com recursos dessa fonte deveriam ser mais ágeis, pois são recursos geridos exclusivamente pelo próprio banco que os detém, dependendo exclusivamente de sua decisão em operar", afirmou. "(...) Diferentemente de anos anteriores, tem muito mais bancos com recursos para o PCA, independentemente do BNDES."

Fontes do mercado financeiro esclarecem que o BNDES tem um mecanismo que interrompe a liberação de crédito quando o volume liberado de uma linha do agronegócio chega a 80% do total. O banco informou em circular ontem que a suspensão refere-se "exclusivamente para operações com taxa de juros prefixada de até 7% ao ano" em razão do nível de comprometimento dos recursos disponíveis para o programa no ano agrícola 2021/22. No Plano Safra 2021/22, anunciado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o governo federal destinou R$ 4,2 bilhões em crédito para o PCA, com taxas de juros que variam entre 5,5% e 7% ao ano, montante 84,4% maior em relação ao ano-safra anterior.

Contato: leticia.pakulski@estadao.com; clarice.couto@estadao.com
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