Política
06/04/2022 16:14

Lira diz que não indicou nome para Petrobras e afirma que empresa 'maltrata povo brasileiro'


Por Iander Porcella

Brasília, 06/04/2022 - Diante do impasse para a sucessão no comando da Petrobras, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quarta-feira, 6, que não indicou nem faz questão de indicar nenhum nome para a diretoria da empresa. O deputado também voltou a criticar a estatal, que, não visão dele, maltrata o povo brasileiro.

"Não indiquei nem faço questão de indicar nenhum nome para sua diretoria", escreveu Lira, no Twitter, em referência à Petrobras. "Mas quero deixar aqui minha exigência como cidadão e representante dos meus eleitores: espero da Petrobras uma gestão que pare de maltratar o povo brasileiro com aumentos sucessivos e nenhuma sensibilidade social", emendou.

Nos últimos dias, o presidente da Câmara tem subido o tom das críticas à Petrobras. Ontem, Lira defendeu a privatização da empresa e a revisão da lei das estatais no Congresso. "A gente tem que se debruçar sobre esse assunto, porque, hoje, eu pergunto aos senhores: a quem serve a Petrobras? Não dá satisfação a ninguém, não produz riqueza, não produz desenvolvimento", criticou.

Lira tem ironizado as regras de governança que apontaram conflito de interesse na atuação do economista Adriano Pires. Ele havia sido indicado para a presidência da Petrobras, mas desistiu de assumir o posto. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras sobre a atuação dele no setor privado.

"O compliance que existe na Lei das Estatais e, principalmente, na questão da Petrobras inviabiliza qualquer pessoa do ramo a atuar como presidente da Petrobras e agir com sabedoria, com firmeza na gestão desse processo", disse ontem o presidente da Câmara.

Pires é sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e, por isso, tem contratos de longo prazo com petroleiras e empresas de gás. Ele avaliava que poderia simplesmente passar contratos para o filho, mas isso não é permitido pelas regras de governança da Petrobras. Cacique do Centrão, Lira ajudou a validar a indicação, mas a ofensiva não deu certo.

Contato: iander.porcella@estadao.com
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